Acessibilidade na Web: 8 dicas de como criar uma web mais inclusiva para pessoas com deficiência

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De forma geral, a acessibilidade na web é um conjunto de medidas que pretende quebrar as barreiras digitais, ou seja: Pretende transformar sites da internet em páginas acessíveis para que as pessoas – com deficiência ou não – acessem de maneira autônoma e sem a ajuda de ninguém, estabelecendo uma qualidade de vida mais digna.

Quando falamos sobre acessibilidade, estamos incluindo pessoas idosas também. Estando em uma fase de mudanças em suas capacidades mentais e físicas, os idosos necessitam de sites acessíveis para que consigam perceber, navegar, interagir e contribuir para a internet.

Aí alguém pode perguntar: Contribuir? Sim. Quando um site não está acessível, imagine no tanto de usuários que não irão consumir informação, realizar compras e se comunicarem com as pessoas. Imagine o quanto a falta de acessibilidade gera poucos lucros e, mais que isso, não demonstra empatia e humanidade por parte de uma empresa. Imagine, por fim, a perda que teremos em relação ao conhecimento que essas pessoas podem nos trazer e no que elas podem somar.

Podem perguntar novamente: Esse impacto da perda de usuários é tão grande assim? É. Pelo menos 45 milhões de brasileiros têm algum tipo de deficiência. Isso representa quase 25% da população, segundo o último levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O que faremos, então, com os 45 milhões de brasileiros que deveriam estar usufruindo de um direito que é de todos?

Desde 2016 existe a Lei Brasileira de Inclusão. Nesta Lei, há a exigência para que as páginas da web estejam acessíveis – sejam elas públicas ou privadas. Na prática, a Lei vigora? Sabemos que infelizmente não, mas o buraco não para por aí: Menos de 1% da internet é acessível. Segundo levantamento do “Movimento web para todos”, o Brasil tem quase 15 milhões de sites ativos e mais de 99% deles não são acessíveis, apresentando barreiras de navegação para as pessoas com deficiência.

Não pensar em sites acessíveis ao criar páginas, e não pensar nestas pessoas exclui, portanto, os 45 milhões de acessos às plataformas. O que fazer, diante desse cenário? Como colocar a acessibilidade em prática?

Se você possui um site, mas não sabe por onde começar para que o torne acessível, aqui vão algumas dicas bastante fáceis e úteis:

1º dica: Indique claramente o progresso e forneça indicadores de navegação, isso mantém a previsibilidade, consistência, rotina e reconhecimento para pessoas com dislexia, autismo e dificuldade de baixa memória.

2º dica: Forneça recursos de multimodalidade e representações redundantes. Isso mantém a consistência, foco e a atenção de usuários com dislexia, TDA/TDAH e dificuldades de aprendizagem. Um exemplo muito simples é o reprodutor do conteúdo em voz do muito utilizado em blogs.

3º dica: Não use apenas cores para destacar informações, porque indivíduos com daltonismo não conseguirão diferenciar o real significado da mensagem que você está tentando passar. Uma boa opção é também utilizar ícones indicando o real significado da mensagem. Por exemplo, está indicando uma mensagem de erro, além da cor vermelha você pode usar um ícone ou texto para informar o problema para o usuário.

4º dica: Faça descrições das imagens: Pessoas com deficiência visual utilizam os leitores de tela para identificar os textos e obter uma descrição em áudio. Tente descrever ao máximo a imagem, dando um sentido para o que está em tela.

5º dica: Utilize as tags HTML da forma correta. Em uma página só deve existir um H1, essa é a tag que principal da página e é através dela que deficientes visuais irão saber onde estão.

6º dica: Crie áreas de cliques maiores nos botões: Muitos usuários serão beneficiados, pois há pessoas que não conseguem clicar com precisão nos locais. Usuários com dislexia, autismo e idosos são as principais vítimas de botões mal estruturados.

7º dica: Não use grandes trechos de texto centralizados: pessoas com dislexia terão maior dificuldade de leitura de leitura.

8º dica: Não utilize @ ou X para neutralizar gêneros. Os leitores de telas e conversores de braille não conseguem traduzir para o português o real significado do que você está tentando dizer. Se for necessário, procure outras palavras para neutralizar a frase para o seu público.

É importante que os sites estejam com o design adaptado (cores, tamanhos de fontes e ícones, imagens etc.) para que não ocorra dificuldade de acesso por nenhum grupo de pessoas.

Uma ferramenta simples para testar contraste das cores aplicadas se encontra no site https://contrast-ratio.com/. Por ele, é possível inserir as cores e fazer o teste para perceber se as cores passam pelo teste de acessibilidade.

O Plugin Hand Talk também é uma ótima ferramenta, pois este recurso pode ser instalado na maioria dos navegadores. Sua função é tornar páginas acessíveis para pessoas surdas.

BrowseAloud é outro recurso acessível, já que auxilia usuários com dislexia, deficiência visual ou baixa escolaridade a compreenderem melhor o texto.

E nas redes sociais? Existe acessibilidade? Atualmente, podemos ver acessibilidade em redes como Facebook, Twitter e Instagram, que passaram a fazer descrição das imagens – que são interpretadas pelos leitores de tela (softwares específicos para deficientes visuais utilizados em computador, celular e na internet). Além disso, os próprios usuários podem criar textos alternativos e adicioná-los às suas fotos, de forma bem simples e rápida.

Do ponto de vista social, que creio ser o fator crucial da acessibilidade, a transmissão por meio da internet da verdadeira globalização é na realidade a transmissão de mais direitos à população, é torná-la ativa na comunidade e na vida. Pensar formas de incluir é nos tornarmos menos capacitistas e cada vez mais humanizados.

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